Há muito tempo a cannabis já é bastante utilizada para fins terapêuticos, e mesmo tendo as suas atividades terapêuticas conhecidas popularmente, é pela característica alucinógena que a planta é bem mais reconhecida e criminalizada. A cannabis possui em sua composição química inúmeras substâncias, e a mais falada popularmente é o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol), responsável diretamente pela ação sedativa da planta. A cannabis sativa, é uma droga muito utilizada entre os jovens, chegando a cerca de 20% desta população, e fazendo dela a droga abusiva mais utilizada no mundo.
Nos últimos anos, foi aberto em debate mundial, os efeitos benéficos de uma outra substância presente na cannabis. Onde atualmente é bastante discutido praticamente em todos os setores da sociedade. Os efeitos da CBD – Canabidiol são muitos relacionados com melhorias significativas sobre sintomas de várias doenças, que vão desde câncer a convulsões e várias outras doenças neurológicas.
A maioria das pesquisas sobre CBD foi realizada em roedores, mas estudos usando amostras humanas também forneceram resultados promissores, principalmente sobre as propriedades ansiolíticas provocada pelo composto. A primeira evidência dos efeitos benéficos do CBD foi publicada em 1982 em um estudo que tratava a interação entre CBD e THC comparado com uso de outros ansiolíticos sintéticos (diazepan) e placebo. Os resultados demonstraram que a associação CBD e THC obtiveram redução significativa dos quadros de ansiedade quando comparados a utilização de THC, diazepan e placebo separadamente.
Portanto, os efeitos clínicos dos canabinóides estão muito perto de serem descobertos, mesmo havendo uma forte resistência por setores conservadores e religiosos da sociedade. E assim como os canabinóides, outras substâncias ilícitas estão na mira de estudos científicos com o objetivo para tratamento terapêutico de inúmeras doenças.
Ricardo Lima: Graduando em Química - UFPI
FONTE:
SCHIER, Alexandre Rafael de Mello et al. Canabidiol, um componente da Cannabis sativa, como um ansiolítico. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 34, p. 104-110, 2012.